segunda-feira, 18 de outubro de 2010

RECICLAGEM - ( I ) - VOCÊ CONCORDA COM ESTA VISÃO ? - CONCEITO - O QUE É "MEIO AMBIENTE" ? - O PROBLEMA É MAIS AMBIENTAL OU MAIS ECONÔMICO ? RECURSOS E FACILIDADES TECNOLÓGICAS - MATÉRIAS PRIMAS - PETRÓLEO - ENERGIAS FÓSSEIS - JAZIDAS - RECICLAR - PEGADA ECOLÓGICA - SOCAVÃO.

Hall de Entrada dos Blogs-Ambiente RECICLAGEM ( I )  – Você concorda com esta visão?
Reeditado em 19/08/2008 
"Colocando os pingos nos Is"
 
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Desejo expressar uma forma de compreensão que me veio à mente, hoje pela manhã, quando ouvia uma reportagem na rádio CBN sobre a reciclagem de garrafas PET : Em 2005 a indústria já estava reciclando 47% das garrafas.
 
É estranho questionar um dos tripés da educação ambiental, o ato de
"reciclar". Porém, parece-me que este questionamento conduzirá a uma mudança no que se entende sobre o "porquê" da reciclagem, e quais as consequências, possivelmente negativas, que a compreensão atual da reciclagem provoca no próprio meio ambiente que se pretende defender.



O que principio a escrever não são opiniões pensadas, trabalhadas e muito menos comprovadas. O objetivo é suscitar a discussão sobre o tema, inclusive a mim mesmo : estou correto nesta vertente de rápidas e recentes conclusões?

 

Muito se fala e se contesta sobre os prejuízos ao meio ambiente ocasionados por plásticos(por ex.) jogados nas ruas, nas periferias das cidades, nos lixões ou nos aterros sanitários. Creio que, quanto aos plásticos e a vários outros materiais em quintais ou em locais públicos, o que ocorre é mais um problema de estética, ou seja, um problema social, e não ambiental. A própria educação ambiental mais tradicional critica : "Os plásticos demoram dezenas ou centenas de anos para se decomporem. Isso evidencia, na maioria das vezes__excetuando-se possíveis plásticos que, ao se decomporem, liberariam substâncias tóxicas__que o plástico é um material quase inerte, afetando muito pouco o meio ambiente. Em alguns casos, os plásticos, juntamente com outros materiais e substâncias orgânicas em decomposição, podem provocar raras doenças. Também aqui o problema é minimamente ambiental : é mais uma questão de limpeza e saúde pública.


Aqui interpõe-se o conceito de "meio ambiente". Em elucubrações, até mesmo literárias e filosóficas, visto de um ponto muito além da tateante visão fragmentada cartesiana, engloba holisticamente até mesmo as relações humanas e, ainda mais, os "meios ambientes" psicológicos individuais...Muito bonito! Muito interessante. É necessária e essencial esta visão. Porém, estamos diante de problemas que afetam a sobrevivência *biológica *da espécie humana e a de todos os seres vivos. Isto é uma realidade "táctil" e visível fisicamente. Portanto, "meio ambiente", dentro desta abordagem necessariamente practicista, refere-se à pureza da terra, da água, do ar e da luz(incluindo o espectro eletromagnético) em equilíbrio interativo com a biosfera.

Desconsiderando-se momentâneamente algumas interferências nas
vidas de animais e plantas, até que ponto os plásticos prejudicam a pureza dos quatro elementos básicos quando jogados "ao léo" na natureza?. Por isso, parece-me, descartar plásticos à revelia, é essencialmente uma questão de estética, muito pouco de saúde e pouquíssimo de meio ambiente.

Bem, por enquanto estamos concluindo que reciclar plásticos porque "poluem" o meio ambiente é um conceito errado, ou, pelo menos, inadequado. Vamos agora retroceder ao processo da industrialização. Neste, talvez, pode haver uma justificativa para a reciclagem : se para reciclar uma tonelada de plástico se gasta menos energia do que se gasta com a produção via matéria prima, então reciclar é desejável. Porém, nesta condicionante subentende-se uma pergunta : realmente se gasta menos energia?. Eu não tenho dados que respondam a esta questão. Você, a quem tenciono conduzir a pensar sobre o assunto e a posicionar-se, possui informações precisas a este respeito?...Não se esqueça que, do lado do processo de reciclagem, tem-se que acrescentar à somatória dos esforços:

 

_As energias e materiais(*) dispendidos nas etapas de separação,
acondicionamento e coleta.

_Os custos da "pegada ecológica"--custos ambientais de cada pessoa envolvida
no processo de reciclagem.

_As energias e materiais necessários à estrutura de armazenamento e
transporte até as indústrias.

_As energias e materiais envolvidos no processo final de reciclagem.
(*)Materiais : por ex., : os caminhões de coleta exigiram energias para a sua produção.

Eu não sei se, também por esta razão, é compensador a reciclagem. E você, como considera?...
 
Vamos retroceder mais atrás. Vamos à primeira etapa. De onde vem a matéria prima com a qual atualmente se obtém os diversos plásticos?...Do petróleo. Qual a justificativa que legitima o processo de reciclagem neste ponto de origem?...Reservas! Assim como muitas substâncias e metais, admite-se o falso conceito que relaciona o esgotamento de reservas ou jazidas, com "desastres ao meio ambiente". Pode acontecer, sim! Hipoteticamente: será que os gigantescos vazios provocados na litosfera através da extração do petróleo pode, um dia, provocar abalos sísmicos ou desconhecidas erupções telúricas? É uma hipótese!. Você já viu alguém preocupado com isso?...Eu ainda não. Você conhece pesquisas científicas a respeito?...Certamente existem. Colabore enviando ao grupo o que você sabe!...

 

Voltando a interpretar : Será que os homens vão diminuir o consumo de
petróleo—inclusive o de plásticos como um sub-produto—só para manter a litosfera intacta, sem "socavãos"?...Com certeza, não. Eles vão querer
bombear até a última gota, mesmo que consumam, também, outras

formas de energia.

 

Então, finalmente, exaurir as reservas de matérias-primas provoca prejuízo direto no meio ambiente?...Excluindo-se poucos casos para os quais a resposta é afirmativa, a conclusão genérica é que "não". O prejuízo é, na verdade, de subsistência (ou continuidade) da utilização dos materiais da natureza que viabilizam os recursos e facilidades tecnológicas. Portanto, a questão central, aqui, mais uma vez, não é ambiental, mas econômica.

 

Luiz Antonio V. Spinola
set/2007. Direitos autorais reservados.
Permitida a reprodução apenas gratuitamente pela Internet.

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Postado inicialmente em "Ambiente Ecológico 1"


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